4.29.2008

É CAMPEÃO

O TAMPACS chegou ao fim e resta aguardarmos até o segundo semestre, quando novas modalidades virão e a alegria da comunicação social será feita novamente.

Apesar de algum estresse e alguns mal-entendidos, o TAMPACS 2008 foi uma maravilha. A equipe Galo Cinza, do terceiro semestre, foi a grande campeã masculina. Já no lado feminino, a equipe As Formandas, do sétimo semestre, foram agraciadas com o ouro pela maravilhosa campanha durante o campeonato.

A classificação final foi esta:

• Feminino •

1º - As Formandas
2º - Muzenga FC
3º - Harém do Moreira
4º - Pistoleiras
5º - O.B.

Artilheira: Maíra Bertoldo (As Formandas) - 4 gols
Goleira Menos Vazada: Maiara Alvarez (Muzenga FC) – 2 Gols/5 Partidas


• Masculino •

1º - Galo Cinza
2º - 5º Semestre
3º - Patroleros
4º - Nascidos da Portelinha
5º - Tigrinhos Cor-de-rosa

Artilheiros: Thiago Mezzomo e Fernando Cruz (Galo Cinza) – 6 gols
Goleiro Menos Vazado: Pavlos Dias (Nascidos da Portelinha) – 3 Gols/4 Partidas

*

Fiquem atentos ao Ciclo de Cinema Histórico. Hoje passou A Insustentável Leveza do Ser, que foi o primeiro filme do Daniel Day-Lewis. É meio chato, mas vale a pena para quem gosta de cinema. Abaixo um resumo. Para quem quiser conferir o Ciclo, ele acontece no Auditório do CCSH, na Antiga Reitoria.

Nos anos 60 em Praga, Tchecoslováquia, Tomas (Daniel Day-Lewis), um médico totalmente apolítico, tem como hobby ter diversas parceiras sexuais, mas evitando sempre um maior envolvimento. Mas duas mulheres: Sabina (Lena Olin), uma artista plástica, e Tereza (Juliette Binoche), uma garçonete que sonha em ser fotógrafa, vão estar muito presentes na vida dele. Mas ao serem atingidos pelos acontecimentos de 1968, conhecido como "A Primavera de Praga", quando tanques soviéticos invadiram a capital tcheca para pôr fim a uma série de protestos, a vida deste triângulo amoroso é afetada, pois seus sonhos foram destruídos e suas vidas mudariam para sempre.

4.28.2008

A Lei, a Televisão e Nós

Há alguns dias um assunto extremamente relevante percorreu, silenciosamente, alguns veículos de comunicação considerados "de referência"; e com grande preocupação os veículos alternativos, como jornais experimentais, observatórios e monitores da imprensa, listas do movimento estudantil.

Na metade do mês de Abril, entrou em vigor a Portaria 1.220/07, que discorre sobre a Classificação Indicativa dos programas televisivos. Essa Portaria menciona a relação entre o conteúdo dos programas e sua classificação para exibição de acordo com faixa etária e horário, em observância ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Até esse ponto, nada de anormal.

Contudo, essas faixas de horário para exibição de programas variam em nosso país, já que o Brasil possui quatro fusos horários. Assim, um programa exibido às 21h (horário de Brasília) aqui em Santa Maria, estaria sendo transmitido às 19h em Rio Branco, capital do Acre. Qual é, precisamente, o problema?


A Globo. Explico: para esse horário (19h), a classificação indicativa só permite programas em duas categorias.
Obras audiovisuais classificadas como (a) livre ou (b) não recomendadas para menores de dez anos: exibição em qualquer horário. Só que, por exemplo, a telenovela da Globo que é transmitida às 21 h (a novela "das oito") tem classificação indicativa bem superior (acredito que seja não recomendada para menores de 14 anos). Logo, a emissora precisaria adequar o programa para ser transmitido em alguns estados da Região Norte do país.

A emissora resolveu reinventar a roda: conseguiu, através de lobby e pressão política, modificar o fuso horário desses estados. Sim, milhões de pessoas terão suas vidas e rotinas alteradas por causa dessa modificação no fuso. De 0 a 10, qual o nível de absurdo disso?
Bom, abaixo segue um texto do Observatório do Direito à Comunicação que aborda essa questão. Ele é bastante elucidativo sobre diversos aspectos dessa matéria de interesse da população e que passou 'silenciosa' pela mídia (alguém viu isso no Jornal Nacional?).


Mudança no fuso horário: quando a submissão vira irresponsabilidade

Diogo Moyses e Cristina Charão, editores do Observatório do Direito à Comunicação

25.04.2008

A submissão do Congresso Nacional e do Governo Federal ao poder das Organizações Globo parece não ter limites. O absurdo da vez é a aprovação pelo Senado (há duas semanas) e a sanção do presidente Lula (na última quinta-feira) da lei que altera o fuso horário nos estados da Região Norte. Com isso, a diferença do horário do Acre e de 46 municípios do Amazonas em relação ao de Brasília cairá de duas para uma hora. Já o Pará ficará todo com o mesmo fuso horário de Brasília. A mudança passa a valer em 60 dias.

A lei, de autoria do senador Tião Viana (PT-AC), foi aprovada no Senado dias após a entrada em vigor dos dispositivos da Portaria 1.220/07 que determinam que as emissoras de TV adaptem suas transmissões aos diferentes fusos horários vigentes no país em função da classificação indicativa dos programas. Regras estas, vale dizer, existentes em qualquer país civilizado.

A justificativa do senador, de que a intenção da alteração é “facilitar o transporte aéreo e a integração com o sistema financeiro nacional”, não passa de embuste. Como diria Mino Carta, é de conhecimento até do mundo mineral que o projeto foi aprovado para que a Globo não tenha que adaptar sua grade de programação nestas regiões ao que determina a Portaria 1.220. Países de dimensões continentais como o nosso (EUA, Canadá, China, Rússia e Austrália) possuem inclusive um número maior de fusos horários do que o Brasil, e este nunca foi um problema para a integração destas nações.

Tudo pela novela

O “problema” da emissora não era sequer tão grande assim. Bastava adequar o conteúdo da chamada “novela das oito” para que esta pudesse ser transmitida as 19h (estaria sendo exibida às 21h pelo horário de Brasília, como hoje acontece). Outras redes nacionais de televisão, como já noticiado pelo Observatório do Direito à Comunicação, possuem hoje uma grade de programação que lhes permite transmitir simultaneamente em todo o país, ou podem adaptá-la sem grandes esforços.

A Globo, entretanto, decidiu criar uma programação “própria” para os estados com fuso diferente de Brasília, onde não mais se transmitiria ao vivo os jogos de futebol realizados no meio da semana. Como responsável pela desagradável mudança - afinal, ninguém quer ver as partidas em VT -, a Globo apontou justamente a classificação indicativa. Não disse, contudo, o mais importante: que transmissões esportivas – assim como telejornais – não passam por classificação e podem ser transmitidos em qualquer horário. A decisão de não transmitir os jogos foi exclusivamente da empresa. Chantagem de grande impacto nos parlamentares, pelo menos naqueles que votaram sabendo do que se tratava a matéria em pauta.

Mas para que adaptar a programação se, afinal, é bem mais fácil, rápido e econômico para a empresa mudar o fuso horário destas regiões? O Ombuds PE, que faz o monitoramento permanente da mídia, referindo-se ao fato, lembrou com propriedade a anedota do prefeito que, para instalar uma caixa d’água num lugar inadequado, cogitou revogar a lei da gravidade. Com a diferença que, no caso em questão, Congresso e Governo Federal foram até o fim.

Constava da versão original do PL a realização de plebiscito popular para permitir uma decisão soberana de seus habitantes em relação à alteração. A proposta, entretanto, foi suprimida na última versão do projeto, aprovado na típica 'calada da noite', sem qualquer aviso prévio, entrando na pauta como se fosse matéria de segurança nacional.

Irresponsabilidade

A mudança irá afetar de que maneira as populações dessas regiões? Para essa questão - a mais relevante, é evidente - não há respostas. Não se trata, a priori, de ser contra possíveis alterações no fuso horário destas regiões. Trata-se, sim, de afirmar que sem amplo debate não é possível dimensionar seu impacto, tornando a sanção do projeto pelo Presidente da República ato da mais profunda irresponsabilidade.

A necessidade óbvia de que algo dessa natureza passe por discussão com a comunidade científica - pois trará impactos do ponto de vista biológico, social e econômico - foi desconsiderada. Negou-se, ainda, a importância de se analisar exemplos recentes como o que causou prejuízos aos habitantes de Portugal, que foi obrigado a retornar ao seu fuso horário original após tê-lo alterado em 1992 (quando de seu ingresso na União Européia).

Congresso e governo também desconsideraram o potencial aumento no consumo de energia ocasionado pela mudança. Estes estados da federação, vale lembrar, não promovem o chamado “horário de verão”, já que estudos evidenciam - e o governo sabe disso, claro - que adiantar em uma hora o relógio nestas regiões não promoveria a economia de energia, mas sim aumentaria seu consumo.

As questões vão além: geógrafos e médicos especialistas em saúde pública ouvidos pelo Observatório do Direito à Comunicação apontam prováveis impactos no metabolismo da população dessas regiões, em especial nas crianças, com possíveis resultados negativos, como a perda de rendimento nas atividades escolares. Com a sanção da medida, parcela substancial destas comunidades terá suas primeiras atividades do dia ainda no escuro, com alterações biológicas que podem provocar diferentes transtornos de saúde, ocasionando, por exemplo, aumento no consumo de medicamentos estimulantes e relaxantes.

Tudo isso foi ignorado pelos parlamentares e por Lula, em nome da novela das oito.

A irresponsabilidade e submissão dos que participaram da aprovação e sanção desta lei, por sorte, pode ser parcialmente amenizada por algo muito mais poderoso que a Globo: a natureza. Em uma região marcada pelo ritmo da floresta e do Equador, a vida continuará correndo segundo as exatas 12 horas em que o sol ilumina o céu todos os dias do ano. Sim, caros senadores, caro presidente: quem acorda os brasileiros da Região Norte é o sol, não o Bom Dia Brasil. A diferença é que agora estas crianças, no que diz respeito aos seus direitos, valem oficialmente uma hora a menos.

Fonte: Observatório do Direito à Comunicação

4.23.2008

TAMPACS

Está chegando a hora gente boa. Nos dias 26 (14h às 18h) e 27 (13h às 16h) de abril acontece o Torneio Aberto Misto Para (antes alegria) Alunos da Comunicação Social, o TAMPACS. As inscrições foram prorrogadas, portanto, ainda tem um tempinho, até sexta-feira, dia 25/04, ao meio dia.

As inscrições são feitas no DACOM, com os responsáveis (Laura, Leonardo ou Saul). Para participar é preciso ser aluno da Comunicação Social da UFSM, e os times serão divididos por semestre, então, só entram neles alunos que tiverem ao menos uma cadeira em comum.

A inscrição de cada atleta custa apenas quatro reais, valor que será destinado às belas medalhas conquistadas pelos vencedores. Ah, não se esqueçam de levar o xerox da matrícula, isso é importante.

Mais informações aqui no blog, no Orkut ou no e-mail do DACOM (dacom2008@gmail.com)

4.18.2008

O Prédio e a Informação

No momento em que a nossa Universidade vive o começo de uma transição importante – a operacionalização do processo de “permuta” do Prédio de Apoio, antigo Hospital Universitário, foi aprovada pelo Conselho Universitário – é salutar observar uma questão mais ampla: a do direito ao acesso à informação pública. Nesse prisma, deixaremos a questão preliminar de lado: ser favorável ou contrário a esse processo.

A questão do acesso à informação pública é relevante no sentido de questionarmos como os estudantes (e/ou suas entidades representativas, como um Diretório Acadêmico) debateram essa questão - caso o tenham feito. O acesso às informações acerca desse processo de venda/permuta, enfim, uma alienação de bem imóvel público, certamente foi limitado a todos. Em parte por omissão (cônscia?) da Administração Central, em parte por culpa dos estudantes e seus representantes políticos.

Todo modo, o resumo da ópera consiste num fato: todos os processos que tramitam pelos Conselhos Superiores de nossa Universidades são acessíveis e estão disponíveis na Reitoria. Boa parte, senão a essencial, de uma discussão profícua passa pela qualidade das informações e pela acessibilidade a elas. Finalizo essa breve idéia deixando um texto mais amplo, num contexto nacional-internacional, acerca das informações públicas no Brasil. A fonte é o Observatório do Direito à Comunicação.

Conselho da ONU pede ao Brasil aprovação de lei de acesso à informação pública

Da assessoria da Artigo 19
17.04.2008


O Brasil deve fazer o máximo possível para garantir que o Congresso Nacional aprove uma lei de acesso à informação pública. Esta foi uma das 15 recomendações feitas pelo Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas ao Brasil no dia 15 de abril de 2008, durante a primeira sessão do processo de Revisão Periódica Universal. A Revisão Periódica Universal é um novo mecanismo pelo qual o conselho analisa se os países estão cumprindo suas obrigações e compromissos na área dos direitos humanos. O Brasil foi um dos 16 países analisados durante a primeira sessão de revisão, na sede da ONU em Genebra.

A ausência de uma lei de acesso à informação foi um dos problemas apontados pela Ong ARTIGO 19 em relatório enviado ao Conselho de Direitos Humanos como contribuição para o processo de Revisão Periódica Universal. O acesso à informação é garantido pela Constituição Federal brasileira, mas sua aplicação é limitada pela ausência de uma lei específica que defina os procedimentos para requisição de informações e prazos de resposta. Um projeto de lei de acesso à informação pública apresentado em 2003 encontra-se atualmente paralisado no Congresso Nacional.

“A ARTIGO 19 pede ao governo brasileiro que tome todas as medidas necessárias para implementar prontamente a recomendação do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Este é ainda mais um lembrete de que o Brasil precisa adotar e implementar uma lei de acesso à informação. A falta de uma lei de acesso está prejudicando seriamente o processo democrático e violando o direito do público, reconhecido internacionalmente, de analisar políticas públicas e participar do processo de elaboração dessas políticas”, afirmou Agnès Callamard, diretora-executiva da ARTIGO 19.

O processo de Revisão Periódica Universal do Conselho de Direitos Humanos da ONU é feito por um grupo de trabalho formado pelos 47 estados-membros do conselho, que analisam informações sobre os países e fazem recomendações para mudanças. A revisão é baseada em informações fornecidas pelos Estados analisados, compilações feitas pelo Escritório do Alto Comissionado para os Direitos Humanos da ONU com base em documentação sobre os países, além de informações fornecidas por organizações não-governamentais, instituições nacionais de direitos humanos, defensores de direitos humanos, instituições acadêmicas e de pesquisa e representantes da sociedade civil.

Durante o processo de revisão do Brasil, no dia 11 de abril de 2008, o Conselho de Direitos Humanos da ONU também discutiu outras questões relacionadas à liberdade de expressão: o direito à memória e à verdade sobre as violações de direitos humanos durante a ditadura militar; a falta de pluralidade e a concentração dos meios de comunicação; os problemas na concessão de licenças para funcionamento das rádios comunitárias; e agressões e violência contra jornalistas.

Fonte: Observatório do Direito à Comunicação.

4.15.2008

100 Anos da ABI - Associação Brasileira de Imprensa

Há exatamente 11 dias a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) completou 100 anos. Fundada dia 07 de abril de 1908 por Gustavo Lacerda. No mesmo dia, empossou como membros provisórios da Diretoria oito jornalistas, quatro deles seus companheiros no jornal O Paiz: Francisco Souto, do Correio da Manhã (Vice-presidente); Alfredo Seabra, de O Paiz (Tesoureiro) Luís Honório, do Jornal do Brasil (Primeiro-secretário); Artur Marques, da Gazeta de Notícias (Secretário); e Noel Batista, do Jornal do Brasil (Procurador); além de Belisário de Souza e Amorim Júnior, de O Paiz, e Mário Galvão, do Jornal do Commercio.

A ABI, em quase um século de existência, mantém vivo o ideal de Gustavo de Lacerda, seu fundador, com o orgulho de nunca ter-se dobrado à intolerância e à violência dos Governos ditatoriais, nem mesmo quando explodiram sua sede. Este é um dos fatos de repercussão nacional que marcaram a trajetória da ABI e sua missão institucional de bem servir à classe jornalística e ao povo brasileiro.

Em 1976, quando a ABI era uma das entidades da sociedade civil que mais se destacava na defesa das liberdades democráticas, um ato terrorista destruiu todo o 7º andar do edifício-sede da instituição, onde funcionavam o Conselho e os serviços administrativos e a Presidência. As autoridades nunca conseguiram identificar os autores do atentado a bomba.

Numa sessão do Conselho Administrativo da ABI, em outubro de 1992 — logo após ter sido aprovado o pedido de impeachment de Fernando Collor de Mello na Câmara dos Deputados —, Barbosa Lima Sobrinho, então Presidente da Casa, relatou uma de suas viagens a Brasília, ocasião em que defendeu na Câmara o pedido de impeachment de Collor, juntamente com o então Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcelo Lavenère. Para Barbosa Lima Sobrinho, a atuação da imprensa no episódio situava-se entre as mais importantes, vigorosas e decisivas registradas na memória da Nação.

Também, para a comemoração do centenário, foi realizado um concurso, para elaborar um selo que marcará a data para sempre. O vencedor aparece na imagem ao lado, composta pelo fundador, Gustavo Lacerda, a sede atual da ABI, além dos prédios já ocupados pela associação impressos numa página de jornal juntamente com a logomarca da entidade nas cores do Brasil.

Para marcar o centenário e a luta pela liberdade de imprensa, uma campanha integrada de mídia, no comercial de TV, a vírgula vira personagem, mostrando como ela pode alterar o sentido de uma frase. A narração é do ator Matheus Nachtergaele. Criação da África, com produção da Visorama.

Abaixo segue o vídeo...



Vamos dar início aos trabalhos então!

O blog do DACOM começa, a partir de hoje, a receber duas atualizações por semana. Os textos (e imagens e links) abordarão questões referentes ao Diretório e à FACOS, além de outros assuntos mais abrangentes ligados à comunicação e ao movimento estudantil. Todos os eventos, atividades e informes que o Diretório produzir também serão informados a todos por aqui.

Sinta-se a vontade para comentar, sugerir, criticar.
O e-mail para contato com os membros da Diretoria é dacom2008@gmail.com
Boas leituras.